para refletir...
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Não é nenhuma novidade que dinheiro, viagens, status, beleza
e outras coisinhas mundanas são sonhos de consumo, mas não dão sentido a vida
de ninguém. A única coisa que justifica nossa existência são as relações que a
gente constrói. Só os afetos é que compensam a gente viver uma vida inteira sem
saber de onde viemos e pra onde vamos. Diante da pergunta enigmática – por que
estamos aqui? -, só nos consola uma resposta: para dar e receber abraços,
apoio, cumplicidade, para nos reconhecermos um no outro, pra repartir nossas
angústias, sonhos, delírios. Para amar, resumindo.
Pais e filhos, maridos e mulheres, amantes e amigos: são
eles que sustentam a nossa aparente normalidade. Se não por eles, se não houver
um presente e um passado para com eles compartilhar, com que identidade
continuaremos em frente? Que historia
teremos para carregar? Quem testemunhará que aqui estivemos? Só quem nos
conhece a fundo pode compreender o que nos revira por dentro. Qual foi o
trajeto percorrido para chegarmos nesse exato ponto onde estamos. Neste estágio
de assombro ou alegria ou desespero ou sei lá, você que sabe em que pé andam as
coisas.
Todas as pessoas querem deixar um vestígio para a posteridade. Deixar alguma marca. É a
velha historia do livro, do filho e da árvore. O trio que supostamente nos
imortaliza. Filhos somem no mundo, árvores são cortadas, livros mofam em sebos.
A única coisa que nos imortaliza – mesmo – é a memória de quem amou a gente.”